Preste atenção!
Você ouve bem?
Estima-se que 360 milhões de pessoas no mundo sofrem de perda auditiva incapacitante. No Brasil 5,2% da população tem esse tipo de deficiência e, destes, de 15% a 20% tem zumbido.
Ângela Flores Schlickmann, Fonoaudióloga e Mestre em Gerontologia, diz que o zumbido afeta crianças, adultos e idosos. “Ele pode estar associado a doenças sistêmicas mas também ao uso excessivo de antibióticos, cafeína, cerume, tumores, infecção de ouvido, pressão arterial elevada, estresse e problemas de coluna”, explica. Ela alerta que o zumbido persistente pode levar à depressão, insônia e até impotência sexual, afetando diretamente a qualidade de vida.
“O zumbido, assim como a perda auditiva, tem tratamento, mas primeiro precisamos encontrar a causa. Hoje existem aparelhos auditivos muito bons, que permitem que se volte a ouvir os sons da vida e que devolvem o bem-estar e permite viver em comunidade novamente”, tranquiliza a especialista.
Ela ressalta que os problemas auditivos fazem parte do processo de envelhecimento, mas também podem estar associados a diferentes fatores que interferem na saúde geral. Tabagismo, consumo de álcool, exposição a ruídos altos, recorrentes infecções de ouvido, diabetes, problemas cardíacos e também fatores genéticos estão entre as principais causas de problemas auditivos.
Fumo
Parece impossível, mas o cigarro é responsável por um terço dos problemas de audição. “A explicação é que sua fumaça tóxica rompe vasos sanguíneos do ouvido interno, alterando sua capacidade de transmitir as vibrações e estimular os nervos auditivos para que o som chegue até o cérebro”, diz, acrescentando que este problema atinge também os fumantes passivos.
Bebida
O excesso de bebida alcoólica dificulta a capacidade do cérebro de interpretar o som das frequências graves, criando um ambiente tóxico no ouvido interno. Ângela diz que um estudo feito em Santa Maria em 2007 revelou que 67,57% dos indivíduos que usaram álcool mudaram suas respostas auditivas após o consumo, além de interferir em todo sistema do equilíbrio.
Excesso de ruído
Nas empresas, normalmente quem trabalha exposto a ruídos usa protetor auditivo. “Os ruídos a que ficamos expostos fora da empresa – como em festas, shows, em ruas movimentadas ou até dentro do carro - são mais prejudiciais, pois não estamos usando protetores”, alerta a Fonoaudióloga, chamando a atenção também para usos de MP3 e Ipods, que chegam a potência de 120decibéis, volume igual à turbina de avião.
“De 30% a 35% das perdas auditivas são devida à exposição ao ruído excessivo”, adverte. Ela ressalta que o excesso de ruído também ocasiona insônia, cansaço, perda de memória, problemas de equilíbrio, queda no rendimento profissional e escolar.
Doenças
Ângela destaca que doenças sistêmicas como glicemia alta, colesterol alto, diabetes, alterações emocionais, problemas cardiovasculares, uso excessivo de diuréticos e anti-inflamatórios também podem interferir no sistema auditivo e acelerar o processo de perdas auditivas.
Está ruim para engolir e se alimentar? Pode ser DISFAGIA!
Deglutir com segurança e eficácia é de fundamental importância para a manutenção das condições biológicas, sociais e emocionais de qualquer indivíduo. O Dia nacional de atenção à Disfagia, 20 de março, foi criado com objetivo de auxiliar a população a reconhecer esse sintoma, alertar sobre seu risco para a saúde, divulgar medidas de prevenção e orientar sobre o que fazer diante da suspeita de disfagia.
O que é DISFAGIA?
A dificuldade para engolir alimentos, líquidos ou saliva em qualquer etapa do trajeto da boca ao estômago. A disfagia é um sintoma que afeta ou aumenta o risco de comprometimento do estado nutricional e hídrico, saúde geral e impacto negativo na qualidade de vida.
Quem tem mais risco de ter DISFAGIA?
- Crianças: bebês prematuros, má formação do sistema digestivo, fissura labiopalatina, síndromes (como a de Down, por exemplo), e doenças neurológicas.
- Adultos: doenças neurológicas (por exemplo, AVC, Esclerose Lateral Amiotrófica, Doença de Parkinson, Esclerose Múltipla, demências); traumatismos crânioencefálicos; alterações mecânicas (por exemplo, câncer de cabeça e pescoço, queimaduras, refluxo gastroesofágico, doenças cardíacas).
- Idosos estão mais suscetíveis à disfagia porque os fatores acima mencionados podem estar associados a algumas mudanças naturais decorrentes do envelhecimento que favorecem dificuldade para deglutir como, por exemplo, a perda de força muscular e a redução de velocidade, precisão e coordenação dos movimentos.
Como podemos identificar uma pessoa com disfagia?
Dificuldade de mastigar, preparar e manter o alimento dentro da boca; Demora para engolir o que tem na boca; Necessidade de engolir várias vezes para o alimento, líquido ou saliva descer; Restos de comida dentro da boca após engolir; Dor ao engolir; Sensação de alimento parado na garganta; Escape de alimento pelo nariz durante a alimentação; Mudança na voz após engolir; Mudança da cor da pele durante ou após a alimentação (palidez/cianose ou “pele roxa”); Tosse ou pigarro constante durante a alimentação; Engasgos frequentes durante as refeições ou ao deglutir saliva; Falta de ar; Perda de peso; Pneumonias de repetição; Falta de interesse em se alimentar; Necessidade de mudanças na consistência dos alimentos.
Como tratar a DISFAGIA?
O tratamento da disfagia é multidisciplinar e nele estão envolvidos médicos, fonoaudiólogos, nutricionistas, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e assistentes sociais. Cada profissional tem sua função no tratamento da disfagia orofaríngea. A disfagia é uma das especialidades do fonoaudiólogo, portanto, este profissional está habilitado a realizar avaliação da deglutição para identificar quais as alterações existentes e se há possibilidade de alimentação por boca de forma segura. Se você perceber sinais ou sintomas de disfagia procure rapidamente uma equipe de saúde para que o diagnóstico e tratamento corretos sejam feitos. Quanto antes você buscar ajuda, mais chances de sucesso no diagnóstico e tratamento.
Não fique com dúvidas a respeito de sua deglutição. Procure uma equipe de saúde especializada para lhe ajudar.
Mais informações Acesse o site www.sbfa.org.br.